Por Niara de Oliveira
Ser humano é ser ousado. Todos os avanços da humanidade surgiram de uma ousadia, do impensado, da “maluquice” de alguém que não aceitou não ser possível e fez mesmo assim. Não importando-se com rótulos, sucesso ou reconhecimento. Só queria fazer o que sentiu vontade.
Mas a sociedade baseada na exploração de uma classe sobre outra e essa apoiada na exploração de uma raça sobre as demais e de um gênero sobre outro, precisa enquadrar as pessoas e reprimir ousadias. A liberdade é perigosa. Pensar é ameaçador a esse sistema.
Normatizar a sexualidade feminina faz parte da engrenagem que alimenta esse sistema. No mito da criação humana a mulher Eva é a causadora de todos os males da humanidade (naquele momento) e isso se perpetuou no imaginário do mundo ocidental judaico-cristão. Mas todos esquecem que antes de Eva, teve Lilith, a biscate que foi descartada. Ela ousava questionar o poder do deus-todo-poderoso do universo. Lilith não foi só descartada, foi apagada da história.
O primeiro caso de desaparecimento forçado é de uma mulher. Mais do que ousar questionar o poder instituído, é perigoso ousar ser diferente. Como assim ela não tem o corpicho da Gisele Bündchen e ousa esfregar seus quilos a mais na nossa cara? Biscate! Como assim ela não é a Dilma Rousseff e ousa viver sozinha, sem homem? Biscate! Fazer barraco em público? Um namorado novo a cada semana? Transar no primeiro encontro? Tomar a iniciativa e assediar o pobre rapaz? Tudo biscate!
Não gosta dos meus quilos a mais? Problema seu. Não gosta da minha independência, ousadia e das minhas risadas? Ô, coitados. Ficarão eternamente reféns do padrão e do gosto decidido por outro. A roupa que visto, a música que ouço, o jeito que namoro, os lugares onde vou e com quem me relaciono, decido eu.
Até aqui temos exaltado esse nosso jeito biscate de ser. Porque ser biscate é ser livre para fazer o que bem entender, com quem escolher e onde bem quiser. Mas não esquecemos o peso dessa atitude, apenas o assumimos com coragem e com alegria. Sim, porque biscate samba na cara dessa sociedade hipócrita e moralista sorrindo.
Sorrindo, não. Gargalhando. Porque biscate gargalha, e alto. Siga nossas gargalhadas.

Como “biscateia” bem a Niara, não?! Aprendendo, sempre! “Ao infinito e além!!”
Obrigada, Clara. Venha biscatear também! 🙂
Homens sempre serão machistas, escolhem a santa pra casar, não suportam a ideia de outro homem ter tocado na sua pretendente e outras coisas …
Ha ha e as mulheres não suportam biscates.
Um brinde a quem é livre!!! Adorei o texto! Estarei sempre aqui ;D .
A casa é tua também, Ana Paula. Beijos
Não se extirpa o machismo e o preconceito com opressão, cara Ana.
Muito bom, o texto.
Tanks, Marlon. Volte sempre! 🙂
Ta certo Marlon, sem opressão mas sabe esses dias me disseram:
– Vou ficar com ela, ela não fuma, não bebe e é educada … #CoisasDeHomem!
Ana Paula, faz tempo que biscateio e já observei o seguinte: o homem que acha que não sirvo pra ele, arrá, é que não serve pra mim. o/
gENIAAAAALLL!
Ta certa o/ …
“biscate samba na cara dessa sociedade hipócrita e moralista sorrindo” Esse é o meu clube, sambar na cara da sociedade sorrindo, gargalhando… 😛
Todas biscate se identifica e se reúne aqui. 😀
Adorei “Porque biscate gargalha, e alto.” Sou eu.
Muito bom.
É nóis! ;P
Também sou “dessas” que gargalha alto e faz o que quer.
Sou “dessas” que são felizes.
*o/*
Seguirei fácil essas risadas livres e bem resolvidas!
Gargalhe com a gente, Gi. Esse é o nosso clube. Beijo!
Rio alto mesmo. Tô nem aí! 😀
Já era hora das biscates se assumirem, né? Beijo, beibi. Volte sempre.
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Estou amando os posts… finalmente encontrei quem me entenda e fale a minha língua. Infelizmente sou uma biscate enrustida, que ainda tem medo de assumir esse lado. Mas já estou mais corajosa depois que conheci o blog. Parabéns!!
Firme aí, Larisse. Nenhuma de nós aqui trilhou um caminho fácil, não é para nenhuma mulher. A liberdade é um exercício, e dolorido, mas infinitamente prazeroso. Vale a pena. Saia do armário quando se sentir pronta. E se quiser relatar esse processo, o BiscateSC está de pernas, digo, de portas abertas. 😛
Bem-vinda, sinta-se em casa.